ROGER MCNAUGHT -
No
último sábado, dia 2 de julho, manifestantes e ativistas se reuniram na orla de
Copacabana para a “Marcha das Vadias” – protesto que se repete anualmente e que
vem apontando as consequências catastróficas que o machismo da sociedade e dos
indivíduos vem causando na vida das mulheres.
Durante
a concentração, houve confecção de cartazes e um bloco de maracatu composto unicamente
de mulheres, e a tônica não poderia ser mais atual: diante de tantos repetidos casos
de violência (física ou não) contra a mulher, estupros, assassinatos e toda
sorte de desrespeito, temos complicadores. Um dos atuais pré-candidatos à
prefeitura do Rio de Janeiro é acusado de ser nada mais nada menos que um
agressor de mulheres, algo que além de bárbaro é inadmissível. Porém, a falta
de sensibilidade de setores mais conservadores da sociedade faz com que os
mesmos não apenas apoiem tal pré-candidatura como também apoiem uma figura
abjeta da política nacional que em uma de suas (muitas) falas polêmicas, trata
o estupro como objeto de mérito e não como crime.
O
resultado óbvio do espaço midiático às figuras que representam a violência
contra a mulher não poderia ser outro senão a intensificação dos crimes
bárbaros contra mulheres – qualquer que seja a identidade de gênero das mesmas.
As
pautas abordadas na marcha, apesar de parecerem muito amplas, convergem para o mesmo
ponto e se tornam óbvias à medida que acompanhamos os acontecimentos. Não muito
tempo atrás uma jovem foi estuprada por diversos homens – e como sempre a culpa
é desviada para outros fatores, o que na prática apenas “protege” o estuprador.