MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND -
Em parceria com o Centro de Documentação e Pesquisa da
OAB-RJ, TRIBUNA DA IMPRENSA SINDICAL promoveu neste dia 11, na sede da Ordem
dos Advogados do Brasil – seccional Rio de Janeiro, o evento “Jornalismo de
Guerra”, com a presença de representantes da República Bolivariana da Venezuela
e da Federação da Rússia.
Daniel Mazola, Edgar González, André Moreau e Aleksei Smetnev/ Fotos: Iluska Lopes. |
Jornalismo de guerra e jornalismo em guerra foram os temas
debatidos nesta quarta-feira por iniciativa da Tribuna de Imprensa Sindical, quando
os presentes analisaram como a mídia comercial deturpa e manipula a
informação. Além dos jornalistas Daniel Mazola (editor da Tribuna) e
André Moreau (jornalista, cineasta), iniciaram os debates, o
representante da OAB-RJ, Aderson Bussinger, o professor da UERJ e doutorando João
Claudio Platenik Pitillo e os Cônsules venezuelanos Edgar Alberto González
Marín e Merli Vanegas, bem como o adido comercial da Rússia, Aleksei Smetnev.
Logo de início foi projetado o documentário ‘Confesión de
Parte’, com legendas em português, mostrando como a oposição tentava aprovar
uma anistia para políticos que promoveram atos terroristas em território
venezuelano, o que ficou bastante claro e convincente no filme apresentado pela
primeira vez no Brasil.
Paulo Gomes Neto (a mesa), Emanuel Cancella, Solange Rodrigues e Rucdy Cabrera |
O Cônsul Geral, Edgar Alberto González assinalou que o
“veneno midiático” divulgado pela mídia comercial acaba fazendo com que os
brasileiros de um modo geral formem uma opinião completamente distorcida sobre
a Venezuela. Para ele, a opinião pública brasileira envenenada pela mídia
hegemônica acaba tendo uma visão incorreta sobre o país que ele representa no
Rio de Janeiro.
Aderson Bussinger, Daniel Mazola e Merli Vanegas, Diplomata da República Bolivariana da Venezuela no Rio de Janeiro |
A Consulesa Geral Adjunta, Merli Vanegas, que antes de vir
para o Brasil representava a Venezuela na Líbia, lembrou como a mídia
conservadora ocidental deturpou fatos ocorridos no país então governado por
Muammar Khadafi, com o claro objetivo de convencer a opinião pública, através
de mentiras, a apoiar a intervenção da Organização do Tratado do Atlântico
Norte (OTAN) que acabou sendo responsável pela transformação da nação africana
em um país dilacerado e hoje totalmente dividido, com a sua principal riqueza
apoderada por empresas multinacionais, além de ter provocado o assassinato
do dirigente Muammar Khadafi.
Para o jornalista André Moreau, diretor do programa IDEA, que vai
ao ar na TV Universitária da UFF, a deturpação jornalística de fatos vem desde
antes dos anos 60, quando a família Marinho, proprietária do jornal O Globo e
posteriormente do canal de televisão com o mesmo nome, deturpava fatos com o
nítido objetivo de, sobretudo convencer os setores médios da sociedade
brasileira a apoiar a quebra da ordem constitucional que representou o
golpe empresarial militar de abril de 1964. Moreau conclamou os presentes a
consultar como o jornal O Globo deu apoio integral ao golpe que derrubou o
então Presidente João Goulart.
Já o adido comercial russo, Aleksei Smetnev lembrou a
campanha insidiosa, sempre com base em mentiras, das agências internacionais de
notícias contra o Presidente Vladimir Putin, recém-eleito para um novo mandato
com um percentual superior a 72% dos votos. Ou seja, segundo Aleksei
Smetnev o povo russo deu a resposta à deturpação contra o dirigente
Vladimir Putin, que foi saudado por integrantes da plateia que também analisaram
os temas debatidos.
Adido comercial da Rússia, Aleksei Smetnev |
Foi debatido também o atual momento que atravessa o Brasil,
que para a maioria dos presentes que se inscreveram para analisar as questões
debatidas concluíram que o país está vivendo em estado de exceção. Segundo
Daniel Mazola, diretor e editor da Tribuna da Imprensa Sindical, “O pior
analfabeto é o analfabeto midiático: ele não pensa, não questiona, não duvida e
aceita passivamente tudo aquilo que lhe é dito e exibido”.
Solange Rodrigues, também integrante da equipe do programa
IDEA fez uma retrospectiva do programa que está no ar já há 11 anos, lembrando
que por fazer jornalismo independente não teve nenhum tipo de apoio comercial.
O debate se encerrou com a projeção da síntese
do documentário "A Revolução não será televisionada" sobre a
tentativa de golpe manejada pelos Estados Unidos em 2002 para derrubar o então
Presidente Hugo Chávez, que acabou voltando ao governo nos braços do povo e
frustrando o golpe.
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Publico atento com participação ativa no debate, não faltaram intervenções da platéia |
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