ROGER MCNAUGHT -
Quinta-feira, 2 de junho. A educação do estado do Rio de Janeiro está em caos. Professores sem reajuste e com problemas nos pagamentos reivindicam que o governo do estado cumpra com suas obrigações em vez de dar isenções fiscais a especuladores e empresas envolvidas em situações duvidosas. Estudantes clamam por democracia nas escolas e pelo fim dos desmandos e mau uso das verbas da educação.
Em um ato unificado após a assembleia dos professores,
estudantes os acompanharam até o palácio Guanabara para protestar e para que
fossem recebidos pelo governo do estado.
Enquanto um grupo de professores foi de fato recebido (embora nada tenha
sido resolvido de fato, pois apenas desculpas evasivas foram dadas), a polícia
militar do lado de fora começa suas provocações, indo até o meio dos
estudantes, fotografando os rostos dos mesmos e por fim agredindo covardemente
os manifestantes. Um dos estudantes foi
covardemente agarrado e arremessado por cima das grades, batendo a cabeça nos
degraus de entrada do pátio do palácio e tendo severo sangramento.
Mesmo diante do sangramento visível, policiais em vez de
prontamente o direcionarem para curativos ou remoção pelo corpo de bombeiros,
iniciaram um terror psicológico no estudante na frente de todos os
manifestantes, em mais uma covarde provocação.
O batalhão de choque observava, com homens fortemente
armados, não identificados e mascarados. Havia uma tensão digna do prelúdio de uma tragédia maior, até que os
professores saíram da reunião e o ato finalmente se encaminhou até o Largo do
machado, onde se encerrou.
Este episódio lamentável apenas demonstra a
conduta de um governo que não se preocupa em responder a população. Respondem com pancadas em professores e
estudantes, descaso e desmonte na saúde e remoções para
os pobres.