ROGER MCNAUGHT -
O ato convocado por lideranças de movimentos populares
contra o corte ainda mais profundo nos serviços e servidores públicos marcado
para esta terça-feira, dia 1 de novembro, teve um dos mais lamentáveis
episódios possíveis.
Embora esta fosse uma votação de extrema importância, os
seguranças da assembleia legislativa impediram o acesso de pessoas ao edifício,
e o ato público cresceu consideravelmente.
Enquanto estudantes da rede estadual tentavam exercer seu direito
legítimo de assistir à votação, um dos deputados (Flávio Bolsonaro – PSC RJ)
curiosamente resolveu de adentrar o edifício justamente pela mesma entrada onde
estudantes tentavam negociar sua entrada.
Como já seria esperado, após muito deboche e uma postura de
que iria entrar “de qualquer jeito”, os seguranças da ALERJ iniciaram
movimentos agressivos que culminaram em intervenção da PMERJ e intoxicação de
estudantes. Antes da presença do deputado em questão, toda a negociação estava
ocorrendo de forma normal, e a presença do mesmo apenas serviu para fomentar
agressões e violações dos direitos dos estudantes presentes.
Vale ressaltar que a ALERJ possui outras entradas e que o
ato do deputado citado foi no mínimo imprudente, visto que havia menores no
local. Mesmo com toda a mobilização, o projeto 2150/2016 que trata do “Estado de
Calamidade” imposto à população do Rio de Janeiro pela má conduta fiscal com
benefícios aos mega empreiteiros e empresários foi aprovado, restringindo
ainda mais o acesso da população a serviços básicos, precarizando o serviço
público e ameaçando o servidor.
O quanto mais teremos de perder para podermos tomar a
ofensiva?