ROGER MCNAUGHT -
Em pleno dia dos namorados, os moradores das comunidades
Pavão-Pavãozinho e Cantagalo e no entorno não puderam ter uma comemoração
tranquila. Novamente, o projeto
fracassado das UPPs esteve em cheque com um intenso confronto – em pleno
horário escolar – deixando ao menos um morto (foto) - Fabiano José Barbosa Júnior – e
relatos de feridos.
O confronto, que se iniciou aproximadamente às 14 horas
perdurou por toda a tarde, levando pânico a moradores que tinham crianças em
uma creche na comunidade – já que segundo relatos houve intensa troca de tiros
de grosso calibre bem no entorno da creche cheia de crianças.
Uma moradora relatou em áudio que houve desrespeito por
parte de Policiais Militares para com mães e familiares das crianças enquanto o
terror generalizado se espalhava pelo entorno da subida da comunidade pela rua
Sá Ferreira, em Copacabana.
Em conversa informal com outros moradores, era perceptível o
clima de tensão constante e como isso está afetando a saúde de todos –
particularmente os mais idosos. Como se
não fosse o suficiente todo o estrago causado por essa lógica insana – e
comprovadamente ineficaz – do confronto, os moradores terminaram o dia sem
energia elétrica em boa parte da comunidade, uma vez que um transformador foi
atingido por disparos.
Vale ressaltar que o índice de confrontos está aumentando
vertiginosamente e o resultado é além de óbvio, desastroso: O clima de
insegurança e a violência urbana cresce no mesmo ritmo. A lógica do confronto e do uso de armas de
guerra constantemente apenas serve aos interesses higienistas que se regozijam
com as mortes de pessoas pobres enquanto os lucros da especulação imobiliária
fluem abundantemente, não importando quanto sofrimento isso cause à sociedade
em geral que sangra dia após dia.
A quem interessa a morte constante de pessoas pobres? A quem interessa manter operações desastrosas
em horário escolar e nas proximidades de creches e escolas? A quem interessa matar nosso povo?