ROGER MCNAUGHT -
Durante a última semana o terror tomou conta da vida do
trabalhador carioca. As constantes operações desastrosas que estão se
intensificando durante a última semana estão deixando um rastro de mortos e
feridos, nenhum resultado positivo e tornaram a população do Rio de Janeiro em reféns
do “roteiro da bala”.
Bairros inteiros estão, novamente, tendo suas rotinas
afetadas pelo medo. Escolas fechadas,
pessoas sem conseguir transitar pela cidade para chegar ao trabalho e famílias
destroçadas pelas mortes causadas por uma política de conflitos que se mostrou
ao longo dos anos equivocada, uma vez que deliberadamente se evita a origem do
problema – levando o confronto especificamente para áreas densamente povoadas.
No Jacarezinho e em Manguinhos, a população em pânico
contabiliza mortos e feridos enquanto boatos dão conta de supostas ameaças para
que unidades de saúde não atendam os feridos.
Cidadãos vítimas dessa política genocida são deixados em carrinhos de
mão, crianças baleadas. Professores apavorados orientam seus alunos a não
saírem de suas residências enquanto forças do estado levam tiroteios justamente
para ruas residenciais, colocando em risco as vidas de famílias inteiras
enquanto os reais criminosos - os que trazem helicópteros cheios de
entorpecentes – seguem sob proteção absoluta das mesmas forças que atiram
covardemente contra nossas crianças e nossos idosos.
Em outros bairros os relatos seguem o mesmo padrão, desde
invasão policial por dentro de escolas até corte no fornecimento de água de
áreas residenciais densas. Há um padrão
no que um dos jornais de grande circulação chamou de “guerra”: É o padrão da
guerra aos pobres e da guerra às “áreas sublevadas” – como membros da
administração municipal qualificaram bairros onde residem trabalhadores de baixa
renda.
Há de se buscar a real razão por trás dessa insanidade que
apenas traz despesas aos cofres públicos e assassina covardemente nossa
população. Quem está lucrando com o
gasto constante em armamentos de guerra e contenção social? A quem interessa a militarização e extermínio
sistemático dos povos latino-americanos?
Nosso povo sangra enquanto a população do asfalto grita por sangue,
repressão e genocídio para proteger seus interesses econômicos, especulação imobiliária
e privilégios de classe.
Neste momento, enquanto os filhos do asfalto estudam
tranquilamente em escolas caras, os filhos dos trabalhadores que estudam em 18
escolas nos bairros afetados estão sem aulas e em risco de serem baleados
dentro de suas residências.
Chega de genocídio, deixem nosso povo viver, EXIGIMOS
RESPEITO.