REDAÇÃO -
A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins está preocupada com a suspensão das exportações de carne bovina para a China, medida que foi anunciada no início da semana. O embargo foi determinado pelo Ministério da Agricultura por conta de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), a chamada doença da "vaca louca", ter sido detectado em um animal no Estado de Mato Grosso.
Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA Afins |
Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA Afins, foi entrevistado pela Agência Sindical. Ele diz que o setor de frigoríficos emprega milhares de trabalhadores no País. "O abalo pode ser enorme. É um setor que gera muito emprego. Isso pode afetar a economia de muitas cidades, que dependem dessas empresas", afirma o dirigente.
Ministério - Em Nota Oficial, o Ministério da Agricultura informou que não há risco sanitário no Brasil, mas que a medida é "automática e protocolar". Ela está prevista no documento assinado em 2015 com a China, que prevê a suspensão quando houver algum risco após a detecção de alguma doença.
Segundo Artur, essa situação gera muita insegurança ao trabalhador. "Quem atua em setores de corte pra exportação, está preocupado. Os funcionários não sabem o que pode acontecer. Essa incerteza é ruim. Quando um trabalhador dessa área perde emprego, é difícil se reintegrar noutra, pois só aprendeu a trabalhar nisso", explica o sindicalista.
Números - A China é o principal mercado para a carne do Brasil em faturamento e o segundo em volume - atrás somente de Hong Kong. Em 2018, os embarques somaram 322,4 mil toneladas e US$ 1,49 bilhão. Nos primeiros quatro meses deste ano, as vendas para o mercado chinês representaram 17,8% do volume total embarcado, com 95,7 mil toneladas e um faturamento de US$ 442,4 milhões. Os números são da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
Mais informações: www.cntaafins.org.br
Fonte: Agência Sindical