HELIO FERNANDES -
Desde a Republica, o partido único, o Republicano, escolhia quem seria o presidente. Em conjunto redigiam o que se chamava, "plataforma de governo", que era lida no Clube dos Diários. Confrontos permanentes entre os "donos" dos estados, que reivindicavam sua vez de "fazer" o presidente.
Como o Rio Grande Sul nunca foi lembrado, em 1930 assaltaram o Rio,disseram, "vamos amarrar os cavalos no obelisco". Fizeram mais: derrubaram o presidente Washington Luiz, que foi asilado nos EUA, junto com o vice Mello Viana, e o chanceler Otavio Mangabeira.
Para concluir implantaram Vargas no poder, ditatorialmente, por 15 anos. 7 como ditador civil, 8 como ditador militar, no terrível "estado novo". As ideias (?) e as ações (?) de Bolsonaro são desse tempo. Só que é impossível acreditar num presidente que foi "eleito" pela Internet. Isso 30 anos depois de ter sido expulso do Exercito como capitão.
Com o capitão tido e havido como presidente, não existe o dia seguinte. Ele vai agindo por arrancos, impulsos, solavancos, confundindo tudo, nada que represente o anseio ou a expectativa de uma população que já passou de 200 milhões de habitantes.
Com Bolsonaro a incerteza é visível e previsível. Ele mesmo afirmou, "não DISPUTAREI a reeleição", pode ser, mas grave por acaso ou incompetência, congênita ou adquirida. (O Exercito sabe mais do que o país sobre o capitão, por isso se livrou dele).
Posso escrever indefinidamente sobre o incompetente capitão. Como ele ainda ficará algum tempo, comentarei dois assuntos que estarrecedoramente foram colocados pelo governo (desgoverno)como prioritários.
1- Estão apaixonados pela atração turística popular, conhecida como Cancún. Estranhamente, querem transformar a estação ecológica em Angra dos Reis numa outra Cancún. ESPANTOSO. Tamoios que é o objetivo da transformação, é PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE, não pode ser tocado por ninguém. Não sei como conseguirão, mas existem fortes rumores de que eles não recuarão, os interesses são muito grandes.
2- O capitão tem outra prioridade e dá a ela a importância de acabar com a crise econômica brasileira. E como sempre, não esconde o tamanho da tolice. Sua chave para a solução imediata dos problemas brasileiros se chama REDUÇÃO DOS JUROS.
Pretende reduzi-los, mas não diz quanto, admitamos que possa colocá-los em 4 ou talvez 3%. É evidente ou claríssimo que não resolverá coisa alguma da quase volta da recessão brasileira. Só para lembrar ou relembrar: com Fernando Henrique Cardoso os juros pagos pelo Brasil, chegaram a 42%. Na Tribuna da Imprensa com FHC no poder, chamei de "crime de lesa pátria", os americanos assaltaram o Brasil dobrando o capital em 1 ano. O país empobreceu, Fernando Henrique enriqueceu, e como escrevi, com ele, "o Brasil cumpriu um retrocesso de 80 anos em 8".
Lula deixou os juros em 14%. Dona Dilma trouxe para 7, não aguentou, voltou para os 14. Agora, surpreendentemente, um capitão que não sabe ser presidente, aparece com uma nova salvação da república. JUROS e exploração de áreas, que representam PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE.
PS - Grupos políticos consideram que o capitão não passa de 2022.
PS2 - Eu acredito (e outras milhões de pessoas também) que ele não chegue nem lá.
