ANA CLARA SALLES -
Ontem, 13 de novembro, milhares
de mulheres se reuniram no centro do Rio de Janeiro para lutarem contra a PEC
181, popularizada como ‘Cavalo de Tróia’, que em seu conteúdo original alterava
direitos trabalhistas para mães de prematuros, ampliando a licença maternidade para
a mulher. Entretanto impuseram uma emenda que criminaliza o
aborto em todos os casos, inclusive estupro e risco de vida para a mulher. O
ato começou na Cinelândia e se dirigiu a ALERJ pacificamente. Pouco depois o Batalhão
de Choque da PMERJ iniciou uma violenta intervenção por meio de bombas de efeito
moral em um ato repleto de mulheres lutando por seus direitos que resistiram no
local, reagindo contra a opressão.
As estatísticas em relação ao
aborto no Brasil mostram o feminicídio institucionalizado que perece na
legislação. Cerca de 4 mulheres por dia morrem por complicações do aborto em
hospitais, ressaltando que a maiorias das vitimas do aborto procuram clínicas
clandestinas que não garantem a segurança do processo abortivo. 1 milhão de
mulheres morrem anualmente, e a saúde pública ignora a problemática. A criminalização do aborto não faz com que diminua
sua prática. Mulheres que não tem possibilidade de pagar uma clínica decente
para o processo morrem todos os dias. “As ricas abortam e as pobres morrem”. A
legalização do aborto é uma questão do corpo feminino, só as mulheres podem
decidir. 18 homens votaram a favor da PEC “pró-vida” que mata o ventre das
mulheres brasileiras.
A luta das mulheres no ato de
ontem, incluiu vários gêneros de manifestação da luta feminista, contando
com ações musicais (bateria e percussão) acompanhadas de marchas, “topless” por parte de
algumas manifestantes, além da união de uma grande roda de mulheres para fechar
o ato. Com o ataque por parte da PM na ALERJ, onde a manifestação se
encerraria, as manifestantes se uniram para marchar de volta para a Praça da
Cinelândia, por receio de ataques isolados por grupos inseridos na manifestação.
Amanhã vai ser maior, já estão
convocando manifestação em prol da vida das mulheres para o dia 28 de novembro
na ALERJ, com pautas a favor da legalização do aborto e da luta contra o
machismo.
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Leia também:
Por que a PEC 181 ganhou o apelido de “Cavalo de Tróia das Mulheres”?
(Via Revista Fórum)
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